quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Quanto vale ou é por quilo?


Sinopse

O filme retrata os problemas acerca da miséria no Brasil e de que forma algumas ONGs utilizam indevidamente os recursos destinados a projetos sociais para ter enriquecimento ilícito, e transformam o terceiro setor em algo com credibilidade questionável. Paralelamente, são apresentadas relações sociais em séculos anteriores, evidenciando que o subjugo desse passado ao atual tratamento destinado aos pobres permanece intacto.
Veja o trailler do filme: http://www.youtube.com/watch?v=pRjhvfQtGig


Crítica

O diretor Sérgio Bianchi utiliza uma linguagem totalmente chocante e ao mesmo tempo verossímil para abordar o problema da exploração sobre pessoas que nascem e vivem sob condições precárias. Há um ritmo na narrativa que faz um link entre a atualidade e o Brasil colonial, mostrando que esse processo está na raiz de nossa cultura. Ele é reproduzido de uma geração a outra, no papel de dominador e de dominado, de dono e de escravo, patrão e empregado, criando distanciamento social.

Na trama, os que sofrem apresentam diferentes olhares e comportamentos colocando o espectador diante de uma discussão ou de uma reflexão profunda sobre uma sociedade tão segregada. Alguns personagens se calam e aceitam suas condições. Outros fazem o papel intermediário para o explorador, fazendo o trabalho sujo contra os que são da mesma origem, e há ainda aqueles que se revoltam diante dessas desigualdades, tentando travar algum tipo de batalha contra as injustiças.

Bianchi desenha um ciclo contínuo e cruel da realidade brasileira que ganha força em cada etapa: a subjugação gera violência e se transforma em mais exploração, sempre sob a motivação do poder e do acúmulo de dinheiro.